segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

forma

uma nova forma de viver
uma nova forma de achar as coisas
de achar as pessoas
e de se achar.

uma nova forma de fazer
uma nova forma de estar as coisas
de estar as pessoas
e de se estar.

uma nova forma de ser
uma nova forma de olhar as coisas
de olhar as pessoas
e de se olhar.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

encanto

como quebrar um verso
duro, como tirar
dele o que flui.
como tratar a
palava obscura
fazer dela o que surge.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ida

minha dor é fingida
poesia tingida
dessa cor.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

lirismo


Me emocionou saber que leciono para um  filho de um velho amigo de escola.
Fiquei às lágrimas quando voltei a casa 
e já não encontrei alegre o velho hermano branco
Encontrei-o calado ao pé da porta, só descansando.
Tanto vazio, tanto silêncio ao chegar.
Acho que estou  velho, acho que é emoção madura, ou senil.
Pra ficar lírico, vou fechar dizendo que é emoção de poeta.

terça-feira, 14 de agosto de 2012


Amarelo Ipê
e sangue de suinã
Agosto já em flor.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

FOCO


Qual é a imagem que o rapaz, que passou observando o ponto de ônibus, tem do rapaz que, distraído, absorto em suas reflexões, esperava o ônibus para o primeiro dia de trabalho depois das férias.

E a imagem que o rapaz que esperava o ônibus tem do rapaz que o passou observando, naquele dia que seria seu último dia de trabalho antes de suas férias?

Que imagem tem dos dois o senhor que, da janela de seu apartamento, observava, se lembrando de quando ainda trabalhava e pegava aquele mesmo ônibus naquele mesmo ponto?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

sábado, 30 de junho de 2012

desafinado


um acorde que
me acorde pro
mais belo som
mais dissonante harmonia
um acorde preciso
preciso acorde que me
corte, acorde da
harmonia dissonante
mais preciso.

estudo nº 0

sei de tudo de nada
nada que possa fazer
fazer que a sina
sina de que a cisma
cisma, cisão, ruptura
ruptura de tudo
tudo nada que sei.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A espera, os desvios de percurso, as refeições em horários desencontrados, os sonos intranquilos, os acordares sonâmbulos. O amor tranquilo e maduro que espera.  A espera, os desvios de...

domingo, 17 de junho de 2012


É preciso escrever para que se possa ler.
É preciso ler para que se possa escrever.

terça-feira, 12 de junho de 2012

clarinete
notas de angústia
melancolia em
falsete

domingo, 3 de junho de 2012

poeta


Poeta é o bêbedo sem ressaca
Bêbedo é o poeta sem versos e ritmo
O amor é o bêbedo e o poeta
O verso e o ritmo e a ressaca juntos.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

PRESTIGIE, DIVULGUE, COMPAREÇA!

terça-feira, 1 de maio de 2012

PAI para meu pai no dia de seus 81 anos

sou  meio meu pai
meia idade dele
meia vida dele

sou meio espelho dele
reflexo torto, enviesado
sou meio o que ele trouxe

sou meu pai
vida dele
espelho dele.

domingo, 15 de abril de 2012

Estações

Faça-me chuva pra intimidar o sol.
Traga-me a neblina que esconde o lago,
Que os raios solares desenhem na neblina,
Mostrando o lago devagar, aos poucos,
Mas que permaneça chuva pra intimidar o sol.


quarta-feira, 11 de abril de 2012

impressionismos

Com o sol se expondo
A tarde se pondo
Gotas de chuva
Relâmpagos sem estrondo.

domingo, 18 de março de 2012

PAREDE BRANCA

Queria expor numa parede branca irretocável
Meus defeitos, manias, paranoias,
Queria me expor numa parede branca irretocável
Do meu jeito, assim, Goya.                     
Queria pôr numa parede branca irretocável
Como leite, querubim, como joia.
Queria-me numa parede branca irretocável
Queria-me parede branca
Queria-me imperdoável.

sexta-feira, 16 de março de 2012

mais uma da parceria traços e versos

NÃO PERCAM

MANHÃ

MANHÃ FRIA DE SEXTA-FEIRA
EM QUE A CHUVA DA MADRUGADA
LAVOU TODAS AS ANGÚSTIAS.

SÓ ME RESTA UMA CAPELA HISTÓRICA
COM SINO QUE CLAMA OS HOMENS
 NOITES MAL DORMIDAS
E PÃES DE ONTEM.

sexta-feira, 9 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

Palavra

Palavra
Lavra
Terra
Semente

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

parceria traços e versos

Espontaneidade

BLOGAGEM A LA GUTO CAPUCHO

SÓ ESCREVO PORQUE NÃO FAÇO ISSO

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De manhã

A lua ainda no céu
Invertido crepúsculo
Perdido
A lua furtiva 
Encontra-se com o sol.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Lentamente

─ Ele morreu lentamente.

─ Mas qual a causa mortis?

─ Não sei, ele morreu lentamente.

─ Lentamente como?

─ Foi morrendo lentamente, perdendo as forças, se apagando devagarinho...

─ Mas você não tentou fazer nada?

─ Fiz tudo que podia.

─ Fez o quê?

─ Tudo.

─ Mas não conseguiu salvá-lo?

─ Salvá-lo?

─ É. Você acabou de nos dizer que fez tudo que podia para salvá-lo.

─ Que salvá-lo? Fiz tudo que podia para que o filho da puta morresse lentamente e fiquei ali olhando sua vida se apagando, devagarinho...

 

 


olhar

Basta um olhar
Só um olhar
Olhar
Olhar de frente, soslaio.
Basta um olhar
Só um olhar
Para tudo se acabar, para tudo se bastar
Um olhar.