Diálogos que ainda bem que restam
Por Jurandir Rodrigues
Uma bela obra que traz em seus diálogos lirismo confessional, sempre revisando o passado: da infância que clama por um senso justiça: “O mundo ainda não estava preparado para um outro senso de justiça!”, que se lembra do cheiro do café da avó. Diálogos com o amor e com a própria poesia, como nos versos abaixo de Penso em você como uma poesia,
“Com o seu corpo de versos brancos
Separado em três estrofes
Suas rimas já foram emparelhadas a mim,
hoje são opostas
O ritmo cadenciado do seu coração
deixa o meu em grandes pausas”
Diálogos como em “Soneto ao meu amor” que dialoga com os mestres do gênero: Camões, Vinícius... Um diálogo com o inconformado Álvaro de Campos em “Sou Nada, como nos mostra os versos a seguir: “ Não sou/ Não quero ser/ Ou melhor, quero ser como o nada...” Uma revisão de Deus e do que as religiões fizeram dele. “Quem goza da liberdade do pensamento,/ está mais próximo e comunga Deus com os seus.”
Fabiano tem a consciência das palavras, tem o domínio da morada delas e do diálogo que elas são capazes de empreender com nossas almas. Tem em suas mãos ritmo e musicalidade casados. Diálogos que restam em sentimentos, sensações e sentidos: a voz da avó e o cheiro de seu café, e o principal: a voz do poeta, a visão sobre si mesmo e o outro e sobre Deus, o calor, o frio e o arrepio. Diálogos que nos tomam por inteiro, diálogos que nos prendem até o último verso. Fabiano nesses diálogos nos ensina a noção exata de ser poeta, de ler e de lidar com a poesia. Sua poesia nos prende por todas as sensações, sentimentos e sentidos.
Olá, Jura,
ResponderExcluirObrigado meu amigo, por este belíssimo sobre o meu Diálogos ....
Um abraço,
Fabiano
Olá, Jura,
ResponderExcluirObrigado por postar a resenha neste seu belíssimo espaço.
Um abraço,
Fabiano